SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



quarta-feira, 27 de novembro de 2013

PALAVRAS SILENCIOSAS – 447


Rangel Alves da Costa*


“Que se danem os formalismos...”.
“As etiquetas e protocolos...”.
“Quem se danem as cerimônias, as insígnias...”.
“Os títulos e adjetivações...”.
“Que se danem o balbuciar respeitoso...”.
“E a distância protocolar...”.
“Que se danem as carteiras e senhas...”.
“As varreduras e os olhares...”.
“Que se danem a suntuosidade e brilho...”.
“O aparato e a intocabilidade...”.
“Que se encha de verme o anel...”.
“Que se tome de putrefação a diferença...”.
“Que morra o autoritarismo...”.
“Que evapore o outro porque é o outro...”.
“Foda-se ou se foda...”.
“Tanto faz...”.
“O homem é que é...”.
“Na sua essência...”.
“No seu caráter...”.
“Na sua conduta...”.
“No respeito ao próximo...”.
“Tratando igualmente os desiguais...”.
“E não essa cambada de anelados...”.
“Revestidos em véus de egoísmos e vaidades...”.
“Caminhantes de tapetes dourados...”.
“E tratando o próximo com indiferença...”.
“Que foda-se ou se foda...”.
“Tanto faz...”.
“Jamais compreendem do significado do ser...”.
“Da carne e do sangue em cada um...”.
“Da ossatura e da podridão em cada um...”.
“Da doença que ataca e mata indistintamente...”.
“Do sangue azul que jorra vermelho na morte...”.
“Vai-te pra lá com sua arrogância...”.
“Vai-te para os quintos com sua vaidade...”.
“Vai-te para onde bem merecer com sua petulância...”.
“Na morte a socialização do ser...”.
“Enfim a certeza da igualdade...”.
“Tudo jaz da mesma forma...”.
“Da podridão ao pó...”.
“Só que não deixa saudades...”.
“Aquele que não merece ser lembrado...”.
“Por isso olhe ao redor e adiante...”.
“O mundo dá e toma...”.
“A vida permite e quer de volta...”.
“Nada é dado para ser mal usado...”.
“A pobreza se dignifica mais que sua riqueza...”.
“A mera sobrevivência vive melhor que sua opulência...”.
“Pessoas existem que dormem em travesseiros de pedra...”.
“Mas com a paz e a certeza da tranquilidade...”.
“E o mesmo não ocorre em travesseiros de plumas...”.
“Onde as noites são infortúnios...”.
“Pelo peso da consciência...”.
“E pelo desmerecimento à vida...”.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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