SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

PALAVRAS SILENCIOSAS – 423


Rangel Alves da Costa*


“O que é a poesia?”.
“O que é ser poeta?”.
“O poeta escreve o que sente?”.
“Ou a poesia está além do autor?”.
“O escrito é o sentido?”.
“O poeta ama o amor da poesia?”.
“Ou apenas solta palavras?”.
“A poesia é descompromissada?”.
“Ela possui várias feições...”.
“Ou apenas a feição proposta pelo poeta?”.
“Afinal, onde o poeta na poesia?”.
“O que a poesia reflete do poeta?”.
“Situações corriqueiras no pensamento...”.
“Mas vejo tudo de forma muito simples...”.
“O poeta é um artista da escrita...”.
“Daí ser apenas alguém que representa...”.
“Que não está necessariamente envolvido...”.
“Com o que escreve...”.
“Ora, a poesia pessimista não é fruto...”.
“Apenas de autores pessimistas ou suicidas...”.
“Verdade que o momento inspira...”.
“E o momento de angústia...”.
“Inspira uma poesia angustiada...”.
“Mas são exceções na regra geral...”.
“Shakespeare era um ator romântico...”.
“Também era ator dramático...”.
“E sua poesia também é uma representação...”.
“Não do ser humano...”.
“Mas da arte poética que está exteriorizada...”.
“E não enraizada no artista...”.
“Daí que uma poesia...”.
“È tanta verdade e tanta mentira...”.
“Que ninguém imagine...”.
“Estar ali o coração do poeta...”.
“Mas a pena e a propensão do momento...”.
“E quem escreve o amor pode escrever a descrença...”.
“Um verso de dor de um poeta...”.
“Não o exime de escrever alegorias...”.
“Contudo, tudo modifica na perspectiva do leitor...”.
“Este sim, está vinculado à escrita...”.
“Ainda que interprete ao seu modo...”.
“Colherá das palavras o seu pensamento...”.
“Haverá um amor maior ou menor...”.
“Uma dor maior ou menor...”.
“E tantas vezes foge da intenção do autor...”.
“Para ver no verso algo novo...”.
“Uma situação jamais pensada...”.
“Há quem se alegre num verso de dor...”.
“Há quem graceje num verso de amor...”.
“Ou mesmo não tenha nenhuma reação...”.
“Pois maior que seja o esmero do poeta...”.
“Sua lírica e perfeição métrica...”.
“A poesia pode não significar nada...”.
“É lida e relida sem provocar qualquer reação...”.
“Daí que qualquer palavra pode alcançar seu objetivo...”.
“E uma epopéia não dizer nada...”.
“Tudo depende não do poeta...”.
“Mas do leitor...”.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

Um comentário:

Ana Bailune disse...

Bom dia! perfeitas colocações. acho que, quando eu deixar que me obriguem a escrever desta ou daquela maneira, morrerá a poesia. A poesia deve ser livre, sem compromissos, e se as rimas e métricas surgirem, que seja porque elas próprias escolheram seus lugares!