*Rangel Alves da Costa
Arina viveu muito pouco, alguém certamente
dirá. Arina viveu o tempo de Deus, outro certamente certificará. Segundo o
Livro da Existência, Arina cumpriu o seu viver segundo a escrita sagrada. Creio
que Arina viveu a intensidade da vida e se eternizou exatamente pelo tempo que
lhe caberia existir na vida terrena. E mais: em cumprimento aos mistérios
sagrados, procurou deixar sua presença de maneira tão forte, tão
reconhecidamente bela, que até hoje - e para a eternidade - será recordada com
aquele meigo sorriso e pelo encanto de menina que foi. Mas quero chegar ao
ponto principal para isso seja melhor compreendido. Logicamente que toda
menina, toda jovem, toda mocinha, gosta de retratos, de ser fotografada, para
simplesmente guardar como recordações ou para postar nas redes sociais. Mas
pelo curto tempo de vida, Arina fotografou demais, tirou muitos retratos,
deixou seu jeito cativante e seu sorriso por todo lugar, principalmente nos
álbuns familiares. Por mais que isso seja costumeiro entre os jovens, tudo isso
pode ser visto exatamente pela sua grande presença que haveria de deixar. Foram
muitos retratos, e a cada dia sua família surge com um diferente. Então, será
que tantos retratos foram apenas casuais ou tiveram o impulso de forças
sagradas para que passassem a existir? Algo, vindo do alto, a dizer: Sim Arina,
haverá de deixar, além da eterna presença entre os seus, a sua bela feição em
infindável número de fotografias. E assim retratos e retratos foram sendo
tirados, a todo instante e nas mais diversas ocasiões, por que assim estava
escrito. Por isso mesmo este lindo álbum chamado Arina, pois ela deve continuar
sorrindo, tão jovem, tão bela, a todo instante. Quando, naquele triste dia,
Arina partiu, tudo já estava determinado para a continuidade de sua presença. E
o seu sorriso e sua beleza pudessem ser reencontrados a todo instante.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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