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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Palavra Solta - os retratos de Arina



*Rangel Alves da Costa


Arina viveu muito pouco, alguém certamente dirá. Arina viveu o tempo de Deus, outro certamente certificará. Segundo o Livro da Existência, Arina cumpriu o seu viver segundo a escrita sagrada. Creio que Arina viveu a intensidade da vida e se eternizou exatamente pelo tempo que lhe caberia existir na vida terrena. E mais: em cumprimento aos mistérios sagrados, procurou deixar sua presença de maneira tão forte, tão reconhecidamente bela, que até hoje - e para a eternidade - será recordada com aquele meigo sorriso e pelo encanto de menina que foi. Mas quero chegar ao ponto principal para isso seja melhor compreendido. Logicamente que toda menina, toda jovem, toda mocinha, gosta de retratos, de ser fotografada, para simplesmente guardar como recordações ou para postar nas redes sociais. Mas pelo curto tempo de vida, Arina fotografou demais, tirou muitos retratos, deixou seu jeito cativante e seu sorriso por todo lugar, principalmente nos álbuns familiares. Por mais que isso seja costumeiro entre os jovens, tudo isso pode ser visto exatamente pela sua grande presença que haveria de deixar. Foram muitos retratos, e a cada dia sua família surge com um diferente. Então, será que tantos retratos foram apenas casuais ou tiveram o impulso de forças sagradas para que passassem a existir? Algo, vindo do alto, a dizer: Sim Arina, haverá de deixar, além da eterna presença entre os seus, a sua bela feição em infindável número de fotografias. E assim retratos e retratos foram sendo tirados, a todo instante e nas mais diversas ocasiões, por que assim estava escrito. Por isso mesmo este lindo álbum chamado Arina, pois ela deve continuar sorrindo, tão jovem, tão bela, a todo instante. Quando, naquele triste dia, Arina partiu, tudo já estava determinado para a continuidade de sua presença. E o seu sorriso e sua beleza pudessem ser reencontrados a todo instante.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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