SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



domingo, 19 de maio de 2013

PALAVRAS SILENCIOSAS – 258


Rangel Alves da Costa*


“Até onde?”.
“Até quando?”.
“Até quando vamos...”.
“Continuar brincando...”.
“De País, de Nação, de Estado...”.
“Burlando as leis...”.
“Cometendo injustiças...”.
“Submetendo pessoas...”.
“Escravizando trabalhadores...”.
“Indignificando o homem...”.
“Tratando-o como preguiçoso e indigente...”.
“Doando uma cesta de esmola...”.
“Até quando?”.
“Até onde?”.
“Continuarão brincando...”.
“De fazer educação...”.
“De prestar assistência à população carente...”.
“De oferecer justiça social e dignidade humana...”.
“De fazer cumprir as leis constitucionais...”.
“De governar por decretos...”.
“De submeter o Estado ao poder político...”.
“De submeter o País aos ajustes da politicagem...”.
“De submeter à sociedade às promessas jamais cumpridas...”.
“Até onde?”.
“Até quando?”.
“A gestão do País será fatiada entre partidos aliados...”.
“Os setores governamentais serão divididos entre apadrinhados...”.
“Os ministérios e secretarias estarão recheadas de pessoas indicadas...”.
“Continuarão existindo os vergonhosos cargos de confiança...”.
“Continuarão existindo os aviltantes cargos em comissão...”.
“Continuarão recebendo pessoas que não trabalham...”.
“Continuarão existindo os Conselhos das estatais...”.
“Que nada mais servem senão para redobrar ou triplicar salários...”.
“Até onde?”.
“Até quando?”.
“Vão mentir sobre a política econômica...”.
“Continuarão negando a elevação exacerbada da inflação...”.
“Da contínua diminuição do poder de compra do trabalhador...”.
“Da continuidade dos miseráveis, indigentes, esfomeados...”.
“Da escola sem teto, sem chão...”.
“Da escola sem cadeira e sem merenda...”.
“Da escola sem caderno e sem livro...”.
“Da escola que nada ensina...”.
“Até quando...”.
“Até onde...”.
“Continuarão desconhecendo a realidade do País...”.
“Afirmando lá fora a existência de maravilhas...”.
“Do controle sobre tudo e da erradicação de todos os males...”.
“Até quando deixarão de maquiar a realidade social...”.
“De mentir sobre o retrocesso político e econômico...”.
“Até quando, até quando...”.
“Os criminosos continuarão impunes...”.
“As máfias políticas e governamentais continuarão agindo...”.
“Até quando o povo continuará adormecido...”.
“Aplaudindo e votando nos mesmos bandidos...”.
“Aceitando como verdade as mentiras de um ex-presidente corrupto e mentiroso...”.
“Até quando vão discursar sobre as grandes conquistas...”.
“Enquanto as drogas continuarão dizimando a juventude...”.
“As pessoas morrendo por falta de atendimento médico...”.
“A pobreza cada vez mais pobre...”.
“Oh, povo, não mereceis que recaia sobre si a cidadania...”.
“Quando aplaude ainda prostrado na dor...”.
“E não tem coragem de vestir-se de honra para o bom combate...”.
“Para dizer não!”.
“Oh, povo, indignai-vos!”.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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