Para um menino poeta e triste
Pelos quintais deixei
pomares de uma doce infância
pelas calçadas larguei
as tardes embaladas ao vento
pelas ruas abandonei
os brinquedos e a reinação
por todo canto deixei
pedaços e marcas de ontem
porque achava que os dias
nada levaria tão longe assim
quero meu cavalo de pau
quero minha bola de gude
não avisto roupas nos varais
para serem esvoaçadas
não avisto a vizinhança
gritando a janela quebrada
queria correr pela mataria
sem sentir espinho no pé
e de lá trazer araçá maduro
para um menino poeta e triste.
Rangel Alves da Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário