SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

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segunda-feira, 18 de maio de 2015

PALAVRAS SILENCIOSAS – 977


Rangel Alves da Costa*


“Quando sou solidão...”.
“Quando estou solidão...”.
“Sou além da noite...”.
“Pois sou escuridão...”.
“Quando sou silêncio...”.
“Quando estou silêncio...”.
“O meu grito grita...”.
“E o meu silêncio abafa...”.
“Quando sou tristeza...”.
“Quando estou tristeza...”.
“Provo da angústia...”.
“E o sofrimento na sobremesa...”.
“Quando sou saudade...”.
“Quando estou saudade...”.
“Começo a entristecer de manhã...”.
“E assim prossigo na eternidade...”.
“Quando sou grão...”.
“Quando estou grão...”.
“Sou como poeira no ar...”.
“Em meio à desolação...”.
“Quando sou carente...”.
“Quando estou carente...”.
“Sinto tanta falta de tudo...”.
“Que não sei se bicho ou gente...”.
“Quando sou noite...”.
“Quando estou noite...”.
“Choro a melancolia...”.
“E me atormenta o açoite...”.
“Quando sou vazio...”.
“Quando estou vazio...”.
“Nem as águas do mar...”.
“Nem as águas de um rio...”.
“Quando sou passado...”.
“Quando estou passado...”.
“Nada de agora ou depois...”.
“Faz voltar o caminho andado...”.
“Quando sou seu...”.
“Quando estou seu...”.
“Nada mais de ninguém...”.
“Nem aquilo que era meu...”.
“Quando sou eu...”.
“Quando estou eu...”.
“Que ninguém bata à porta...”.
“Pois o meu eu se escondeu...”.
“Mas quando não sou nem estou...”.
“Então será fácil de me encontrar...”.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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