*Rangel Alves da Costa
O pequeno
Levy é filho de Mylla, minha namorada. Mas que gracinha de menino é o pequeno
Levy. Como passou algum tempo em propriedade rural mais a avó materna, aprendeu
a verdadeiramente amar a terra, a natureza, os bichos. É perceptível sua
prazerosa mudança quando está nos afastados da cidade, caminhando pela estrada
de chão, em meio ao mato e aos bichos de cria. E possui uma linguagem toda
especial: “caralo” para cavalo, “bererrerinho” para bezerro, e outro que ainda
não descobri o que realmente seja: “coló”. Todo dia me fala nesse “coló”,
repete e repete, mas ainda não consegui desvendar o que seja. Mas estou com uma
dívida com o pequeno Levy, e sei que vou ser cobrado por muito tempo. Neste
domingo de manhã ele já me cobrou. Trata-se de um cavalinho avistado por ele num
pasto e que Mylla, sua mãe, achou de dizer que eu compraria para presenteá-lo.
O pior é que confirmei, afirmei que sim. Ele já veio cobrando o restante
inteiro da caminhada, à noite cobrou novamente, e na manhã do domingo também.
Duvido que ele esqueça. E o meu maior medo é esse, que ele não se esqueça
mesmo. E toda hora chegue junto a mim para dizer: cadê meu caralinho!
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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