*Rangel Alves da Costa
Certa feita, lá pelos idos de antanho, um
fato mais que inusitado aconteceu: uma greve de sexo no Cabaré Putiá. Tudo
começou quando Zezim Quaresma quase dá cabo à vida da rapariga Norina Boca de
Mel, e ali mesmo no cabaré. Apaixonado, mas sempre rejeitado pela famosa
quenga, então o homem se embebedou lá fora e já chegou arrastando uma faca. Foi
um deus nos acuda, com rapariga ora correndo ora desmaiando por todo lado. Não
demorou muitos dias e um marido enganado entrou no antro da carne com revólver
apontado na direção da esposa que de vez em quando chegava por ali às
escondidas. Só não disparou porque o xibungo Rosa-Flor tomou-lhe a frente.
Tomou-lhe a frente e disse: Mate-me e estará matando uma flor! Depois disso a
velha cafetina resolveu tomar medidas mais que drásticas. Prontamente deu ordem
para que suas meninas iniciassem uma greve de sexo e sem tempo para acabar. A
partir daquele instante todas fecharam o tacho e não abriam as pernas pra
ninguém. A safadeza só voltaria se os machos se comprometessem a desarmar na
força todo aquele que ali chegasse ao menos aparentando estar armado.
Compromisso firmado, daí em diante bastava que um chegasse com canivete e era
logo retirado à força. Com o retorno da paz, o cheiro de sexo encardido se
alastrou novamente e até a visitante noturna do enganado resolveu fixar ponto
no cabaré.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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