*Rangel Alves da Costa
Quando aos finais de semana me desloco de
Aracaju para o sertão sergipano, ao passar na cidade de Nossa Senhora Aparecida,
de repente me vejo fazendo a mesma indagação: por que esses objetos sempre
ficam aqui do lado de fora e nunca meliantes ou ladrões baratos passam para
furtar? Fico realmente espantado, admirado, realmente surpreso que perante
tamanhos índices de insegurança, de furtos e roubos, objetos amanheçam e
anoiteçam fora da loja sem ninguém os levar. Observem se realmente não causa
estranheza. Trata-se de uma loja que vende produtos agrícolas e artesanais,
principalmente peças em barro, gesso, ferro e madeira, dentre outros. E o
proprietário coloca muitas dessas peças artesanais, como grandes imagens de
santos, bois, cavalos e outros bichos do campo, além de todos os tipos de
quinquilharias para enfeites de residências, fazendas e sítios, na calçada da
loja e um pouco adiante, mas ali mesmo deixa tudo quando baixa as portas de seu
comércio. Daí que se alguém passar na madrugada pelo centro da cidade, logo vai
avistar aqueles objetos do lado de fora da loja, igualmente ao alvorecer e
feriados. Então surge a indagação: qual segurança que tem ali, por que de
repente não furtam muitos daqueles objetos? E já faz muito tempo que venho
observando isso. Eis, então, a comprovação de que ninguém leva às escondidas
sequer uma garça grande de gesso. Do contrário, aqueles objetos ali não
permaneceriam de dia a noite. Uma situação quase impensável de acontecer. Mas
acontece na cidade sergipana de Nossa Senhora Aparecida.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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