*Rangel Alves da Costa
Sábado de Aleluia é dia de Judas ser
escorraçado. Depois da morte e ressureição de Jesus, seu traidor paga o
merecido pelas mãos humanas. Assim enraizou-se o costume da malhação de Judas.
O personagem bíblico então vira um boneco que é pregado num pau e depois recebe
pedradas, chicotadas, todo tipo de ataque. E mais é rasgado, estraçalhado e os
seus restos tocados fogo. Mas não sem antes da leitura das deixas, que antecede
tudo e que é um tipo de testamento onde o Judas deixa o seu espólio a pessoas
previamente escolhidas, geralmente políticos, autoridades e pessoas de renome
na sociedade. “Para político tal, que não tenho o que deixar, deixo meu bolso
vazio que é pra ele a dinheirama guardar”. “Para sicrano de tal que não tenho o
que deixar, deixo meu par de chifres que é pra ele se acostumar”. E assim vai a
costumeira tradição que ainda persiste nas cidades e pequenas povoações.
Contudo, não como noutros tempos, onde a queima do Judas era motivo de grande
expectativa e aglomeração, principalmente pelas deixas. As deixas é que
deixavam muitos carecas de cabelos em pé.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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