*Rangel Alves da Costa
Então você me chega e me diz adeus. E
espantado não sei o que dizer. Então você silencia e depois vai embora. E
espantado fico sem ter reação. Então você caminha sem olhar pra trás, sem um
último aceno, sem um último adeus. E espantado apenas vejo você sumir ao longe
pelas curvas da estrada. Então você apaga o livro escrito sobre nossa vida,
desfaz o laço em nós entrelaçado, joga ao chão o cálice de nossa união. E
espantado fico meditando sem nada entender. Então você some de minha vida como
se jamais existisse, como uma estranha ou desconhecida de muito além. E
espantado me pergunto por que agiu assim. Então você só resta na saudade e no
que existiu em mim. E espantado me pergunto onde eu tanto errei para tudo ser
assim. Então você um dia aparece, um dia vem perguntar como estou. E ainda
espantado não sei o que responder. Então você me pede perdão e diz que quer
ficar. Espantado ouço sem nada responder. Então você me abraça e me beija, e então
você chora no peito e promete jamais dizer outro adeus. Espantado apenas sinto
a presença, mas sem nada dizer. Então você me pergunta se a aceito de volta.
Digo quer sim. Digo que não. Ainda espantado não sei o que dizer. Então você me
segreda um sussurro ao ouvido. Mais espantado ainda pergunto: um filho? E
acaricio sua barriga espantado e feliz.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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