*Rangel Alves da Costa
E quando vem a ventania eu fico triste sim.
Entristeço com as folhas secas que vão pelos ares, com os lenços desprendidos
no varal, com as janelas e portas que se atormentam com os seus açoites. E
quando vem a tempestade eu fico triste sim. Entristeço com as chuvas que
incessantemente caem, com as sombras que encobrem as paisagens e os horizontes,
com os noturnos que chegam a qualquer hora do dia. E quando vem o vendaval eu
fico triste sim. Entristeço com tudo que é arrancado e forçadamente vai tomando
um destino de destruição, com os brados naturais da natureza em fúria e com a
ferocidade de sua pressa. E quando tudo passa e eu penso que o contentamento
virá, então me chegam outras fúrias, outras voracidades, outras devastações.
Depois de tudo ainda me vem a saudade, a angústia, a melancolia, a aflição.
Quando imagino que já suportei o medo maior, eis que sou acorrentado pelas
imagens de uma saudade sem fim. Retratos que me chegam como ventanias, como
vendavais, como tempestades.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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