*Rangel Alves da Costa
Cheguei já ao entardecer desta sexta-feira a
Poço Redondo, meu berço de nascimento, nas distâncias de sol e secura no sertão
sergipano. O tempo apenas nublado, abafado, sinalizando que poderia chover a
qualquer instante. Mas não havia sereno ou pingo de chuva caindo aqui e acolá, nada,
apenas o tempo fechado, mais escurecido, propício à chuvarada. Contudo, cerca
de uma hora após, já ao redor das seis da noite, de repente começou a cair um
pé d’água que mais parecia todas as nuvens se abrindo. Num instante e as ruas
estão escorrendo, o chão encharcado, poças d’água por todo lugar. O sertanejo,
sempre distanciado das chuvas, apenas se mostrando com encantamento perante o
toró de repente caído. Muita chuva mesmo, mas em pouco tempo. Talvez a noite
seja toda de chuva, em menor volume, mas o que caiu de uma só vez já deixou
muito coração enternecido, sempre esperançoso de e molhação continuar nos dias seguintes.
E aqui estou, como sertanejo que sou, também implorando para que as nuvens
continuem derramando sobre nós a vida tão preciosa em cada pingo caído.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário