*Rangel Alves da Costa
Completa de razão a música de Nenéo dizendo
que da vida não se leva nada, e também que depois de fechar os olhos ninguém é
ninguém. Verdadeira ode à humildade, à simplicidade na vida, ao afeto, ao
companheirismo, à fraternidade e ao compartilhamento. Com efeito, bastaria
observar a vida na sua simplicidade e não se teria tanto egoísmo, tanta
soberba, tanta arrogância. O poder é tudo, a vida nada. A esperteza é tudo, a
vida nada. O ter mais e sempre mais é tudo, a vida nada. O mando é tudo, a vida
nada. O pisotear pessoas é tudo, a vida nada. A humilhação, a submissão, a
escravização, é tudo, e a vida nada. Para muitos, os outros não valem
absolutamente nada. Para muitos, os outros sequer se comparam ao seu carro
possante, ao seu anel dedo, à sua gravata hermès, a sua caneta dourada. Vive para
si e para si mesmo, como se o mundo lhes pertencesse e os demais fossem de sua
serventia e mando. Mas para que tudo isso se a sua carniça fede? Para que tudo
isso se a sua impureza causa ojeriza por onde passa? Para que tudo isso se todo
juntado, em ouro e prata, em dinheiro ou cartão, não vale um rogo na hora da
morte? E morre como qualquer outro. Porém não é sentido como qualquer outro,
pois desprezível até quando faz o favor de deixar de existir.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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