*Rangel Alves da Costa
“Tá, se existe um pessoa teimosa tá ali, sem
outra igual. Se existe outra ainda tá pra nascer, mas certamente nunca igual a
essa fia da gota. a muié é a teimosia em pessoa, é a ruindade em forma de
gente, é o capricho na pele e no osso, é a pirraça nascida em pessoa. Por
teimosia, se o mundo for por um lado ela vai pelo outro. Por capricho, se
alguém disser que é doce ela diz que é salgado. Por pura encrenca, se alguém
pedir para não fazer uma coisa é igual a dizer que faça. Fia da peste, uma gota
serena mesmo, uma fia do cabrunco que só serve pra ir de encontro a tudo,
parecendo ter o maior prazer do mundo de encrencar, de embirrar, de ser contra
tudo e todos. Uma febrenta mesmo, como dizia o velho Quelé. E dizia que nem
burra de carga era igual a ela, pois a burra se dava um jeito na vara, mas ela
nem com chicote de couro cru. Contava tia Jureminha que existia uma moça tão teimosa,
mas tão teimosa mesmo, que o namorado deu um anel de ouro e ela não aceitou,
pois dizendo que só queria de latão. Quando viu à sua frente logo dois anéis de
latão, então cismou que só queria de ouro. Então o namorado, imaginando que já
sabia como resolver o problema, então comprou um de ouro e outro de latão. Mas
ela não quis de jeito nenhum. Cismou que só queria se fosse uma corrente de
prata. A encrenca em pessoa, a teimosia em forma de gente, uma fia da gota
mesmo...
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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