*Rangel Alves da Costa
Não sei. Não sei. Não sei. Se eu fosse um
errante desse mundo nada, certamente só teria passos em direção ao cume mais
alto da montanha mais alta. E lá, rebentando pelos espinhos sedentos, perguntar
a mesma pergunta de um dia: Por que, por que me abandonaste?! Se eu fosse um ermitão
de viver na escuridão da caverna ou na fundura de um sopé qualquer, certamente
só teria tempo para escrever pelas paredes aquelas mesmas palavras escritas um
dia: O que sou, onde estou, a que sirvo? Se eu fosse o monge desgarrado de seu
mosteiro e pelo mundo andante, certamente que o meu cajado faria surgir pelo
chão aquilo já desde muito surgido: a cruz de uma inexistência qualquer. Se eu
fosse o pássaro de fogo e luz e pelos ares traçasse meu destino em fome e
avidez, certamente pousaria somente para engolir os restos de meus restos
esquecidos no ninho da existência. Mas como nada disso eu sou, apenas fecho o
livro e choro.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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