*Rangel Alves da Costa
Não vou chorar, jurei o dia inteiro. Hoje não
vou chorar, repeti e repeti. E assim por que havia tomado uma decisão que
contextualizava não só o pranto como toda e qualquer tristeza. Simplesmente
decidi não fazer da noite um livro amargamente aberto para tristezas, saudades,
angústias e aflições. Já estava sem suporta de toda noite ter aquele funesto
livro diante dos meus olhos, aberto em minhas mãos, bem dentro do coração. Não.
Eu não queria mais isso de jeito nenhum. Por isso mesmo que cheguei ao
entardecer com a certeza de que dali em diante nada seria como antes. Sim, eu
estava alegre, feliz, contente. Nem a falta de gasolina por todo lugar tinha o
poder de diminuir minha felicidade. Mas eis que o tempo foi passando, as horas
avançando, os minutos e segundos batendo à porta da noite. E ela chegou, a
noite. E de repente começou a chover. Aqui a agora chove. Tudo mais escurecido,
mais silenciosamente inquietante, mais triste. E eu, eu com a primeira lágrima
da noite!
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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