*Rangel Alves da Costa
Vi um menino no rio, um menino de Curralinho.
Vi outro menino do rio, um menino ribeirinho. Meninos filhos das águas, meninos
que vivem sem mágoas, viventes distantes das fráguas. Os dois meninos em
companhia, ao lado de animais na mais doce harmonia. Um descansa no seu pelo, o
outro ajeita com zelo. Dois meninos de Curralinho, dois filhos do Velho Chico.
Um talvez seja São Francisco. E o outro também. Pois então de tanto avistar a
ribeira do rio, eu vi outro menino, meninote tão pequenino que mais parecia um
grão de destino. Este menino, miúdo e fraqueza, de um escurecido azulino, não
era menino comum, não era ribeirinho da terra margeando o Velho Chico. Era um
ser das águas, era uma cria da água, era um nego d’água.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário