*Rangel Alves da Costa
Tentando escrever, mas quase sem forças. Na
verdade, gostaria mesmo de estar trancado num quarto escuro, debaixo de panos,
distante de tudo. Quanto nome a me atormentar: angústia, solidão, tristeza,
vazio, abandono, desilusão, dor, sofrimento. Desamor, desamor, desamor. Não
pensei que seria tão doloroso assim. Mas vem o punhal de ponta afiada e
dilacera o peito. Mas vem a garra ensandecida e lanha todo o ser. Mas vem o
mortal veneno e quer se despejar sobre minha boca. Não, não. Eu não merecia
isso. Tudo em mim é outono, é folha morta, é resto. Nada me alegra, nada me
conforta, nada me traz um tantinho assim de alegria. Vivente à beira do
precipício e vem um nome a me soprar com a força de ventania. E o que já não é,
talvez já seja mais.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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