*Rangel Alves da Costa
Lembro-me muito bem desse dia. Eu caminhando
sem pressa pela estrada nua, sobre a terra e as pedras do chão, de repente, um
pouco mais adiante, comecei a ouvir cantos de fé e devoção. Olhei atrás e
avistei a cidade em seus labirintos de edificações. Uma Poço Redondo que lá
permanecia tecendo o seu dia. Mas aquele povo não. Aquele meu conterrâneo
seguia em procissão, tomado de fé, cheio de abnegação. Encantado com o
encontro, perante um ofício religioso tão próprio de outros tempos, meus olhos
brilharam perante aquele sagrado percurso em direção ao templo raiz: Capela de
Santo Antônio do Poço de Cima. João Vitor e Enoque, o que estes dois jovens
fazem levando os estandartes da fé? Eu já tinha as respostas. A mesma devoção
religiosa e o mesmo amor pelos antepassados daquelas jovens e senhoras que os
acompanhavam, a maioria com raízes familiares naquela localidade primeira. Uma
imagem sacra levada no andor das mãos, breves paradas para leituras santas, e
depois seguindo e seguindo. E eu a tudo observando, simplesmente apaixonado
pelo meu sertão. “A nós descei divina luz. A nós descei divina luz. Em nossas
almas acendei o amor, o amor de Jesus. Em nossas almas acendei o amor, o amor
de Jesus!...”.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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