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terça-feira, 20 de novembro de 2012

O segundo ser (Poesia)



O segundo ser


Ser o meu ser
sem verso ou face
não impede de ter
outro ser em disfarce
aquele que é outro
que foge de mim
que sou comedido
num ser desmedido

o outro que sou
amante apaixonado
diferente do ser
apenas enamorado
contente em amar
um tanto acomodado
de pouca exigência
abraçando a decência

esse ser tão sofrido
tristemente amargurado
querendo ser o outro
aquele apaixonado
sem limites no desejo
de corpo extasiado
desejando ainda mais
ser amante e amado
do prazer inveterado

mas não sei se você
quer este ou outro ser
o que lhe promete o céu
ou o que tira roupa e véu.

  
Rangel Alves da Costa

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