Rangel Alves da Costa*
Muitos professores não admitem de forma
alguma que os alunos sequer mantenham seus telefones celulares ligados em sala
de aula. Outros só permitem se a sua utilização for para fins educacionais,
como para uma rápida pesquisa. Já outros dizem que tanto faz que telefones
toquem no meio da aula quando o barulho dos alunos provoca o mesmo efeito.
Com razão aqueles docentes que proíbem a
utilização de celulares durante a aula. Além de ser inconveniente para todos
que o aluno atenda uma ligação enquanto deveria estar prestando atenção ao
conteúdo exposto, se torna num verdadeiro estorvo perceber que ao invés da aula
o esteja preocupado mesmo é com os contatos e as mensagens que a todo instante
chegam.
Tal ferramenta tecnológica é de
essencialidade na vida e pode ser utilizado também como instrumento
educacional, mas o problema é que o seu uso está se dando de forma
indiscriminada na sala de aula. Daí que sua proibição - enquanto mero mecanismo
de comunicação avulso - deveria ser considerada até como uma forma de não
dispersar o entendimento do aluno. E também como manutenção da disciplina em
sala de aula.
Para se ter uma ideia da não aceitação do uso
de telefone celular em muitas situações, basta observar as mensagens colocadas
nas portas e paredes de consultórios e hospitais, salas de audiências nos
fóruns, determinados ambientes das repartições públicas e até de escritórios
particulares. Não se proíbe o ato da comunicação, mas as inconveniências
provocadas quando, por exemplo, os diálogos precisam ser cortados porque um
telefone toca e a pessoa atende.
O telefone celular é apenas uma das múltiplas
ferramentas advindas das novas tecnologias. Contudo, diferentemente de ser
caracterizado como equipamento de luxo ou voltado para as classes
economicamente mais elevadas, se tornou numa verdadeira necessidade entre
todos, de forma igualitária e socializadora.
Afirma-se ser o telefone celular uma
tecnologia socializadora porque é acessível a todos e, principalmente, porque
transforma o ato da comunicação à distância numa facilidade jamais vista.
Logicamente que já existia o chamado telefone fixo com a mesma função, porém
sem permitir a abrangência e a funcionalidade da telefonia móvel.
Como afirmado, o telefone celular se
transformou num instrumento essencial da comunicação. De uso pessoal, mas
utilizado para todos os fins, sejam profissionais ou mesmo educacionais. Na
educação, contudo, algumas ressalvas merecem ser feitas, principalmente por se
tratar de uma tecnologia cujo uso inadequado pode se transformar num transtorno
ou desvirtuar a utilização educacional que pode ter.
Neste sentido, seria correto afirmar que o
celular, quando interligado à internet, possui função similar ao computador em
sala de aula. O aluno pode, com um simples teclar, acessar pesquisas, encontrar
objetos de pesquisa, responder a indagações no âmbito educacional. Mas também,
como ocorre com o computador, ser utilizado para outros fins que não
educacionais.
Não pode ser aceitável a utilização de
celular no âmbito educacional, a menos que seja com apps, ou aplicativo
educacional. Ainda assim de escolha feita pelo professor segundo as
necessidades de aprendizagem ou da disciplina. Como o próprio nome indica, o
apps é um software interativo para dispositivos móveis que ajuda os usuários a
desempenhar tarefas e achar soluções.
Contudo, tais aplicativos devem ser bem
escolhidos, sob pena de a sala de aula se transformar apenas num salão de jogos
interativos, ou numa bagunça mesmo. E se bem escolhidos os aplicativos, com
finalidades e objetivos definidos, certamente que servirão como ferramenta de
grande utilidade no processo educacional.
Ademais, os aplicativos podem ser
considerados programas educacionais a partir do momento em sejam projetados por
meio de uma metodologia que os contextualizem no processo ensino-aprendizagem. De
qualquer modo, sempre requer muito cuidado o uso do celular no contexto
educacional.
E os motivos são mais que justificados.
Partindo de um exemplo comum, de uso do celular no cotidiano e para tudo que se
faz na vida, logo se percebe o quanto ele, muitas vezes, se torna numa
verdadeira armadilha. A verdade é que gente já enlouqueceu por causa de celular
e até teve graves problemas de saúde ao atravessar a pista olhando para a tela
e não para os lados.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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