Flor
do tempo
Após negar-me a palavra
negou também o olhar
e seguindo sem olhar pra trás
deixou-me com flor à mão
um verso na boca para ser dito
e um coração despedaçado
e mil anos mais permaneci
juntando restos dos meus restos
entre solidões e grãos de areia
olhando sempre para a estrada
imaginando que um dia voltará
para soprar minha poeira ao vento
ou aceitar a flor que cultivo
desde que não desisti da esperança.
Rangel Alves da Costa
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