*Rangel Alves da Costa
Hoje, neste noturno de amorosa saudade, mas
também de amorosa tristeza, estou mais poeta, mais nostálgico, mais sensível. E
por isso sei que a lua me chama. Ela sempre me chama, sempre me estende os
braços, abraça-me com sua lua, mas hoje sinto muito mais. E sou eu que quero ir
até ela, sou eu que desejo subir até ela. Saio adiante do portão, miro os
espaços e encontro o seu lume a me chamar. Mas não precisaria, pois dessa vez sou
eu que quero ir. Lembro-me daquele personagem que ensandecia completamente ante
o clarão da lua. Um dia que voar até ela. E voou. Meu mundo é quase assim. Toda
vez que estou mais triste, mais saudoso e mais apaixonado (sem ter por quem),
eis que me vejo no alto da montanha ora uivando ora querendo voar em direção ao
luar. Será que ela está lá em cima? Será que lá em cima há uma boca, há um
beijo, há um afago, há um carinho? Não sei, mas basta-me a ilusão do possível.
Ou talvez seja o desejo enlouquecido de amar, de beijar e abraçar, que me deixa
assim. Talvez seja a lua a mulher que tanto desejo. A lua com seu mel e sua lua
mel. Talvez.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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