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terça-feira, 7 de agosto de 2018

Palavra Solta - agora virou moda jogar mulheres de prédios?



*Rangel Alves da Costa


Mas que absurdo, que noticiário que se repete de forma mais aterrorizante. Em poucos dias - e talvez fato que se repita todos os dias - os jornais noticiando que esposos foram presos acusados de terem jogado suas esposas de prédios. Aconteceu com a advogada Tatiane Spitzner, de 29 anos, supostamente jogada da sacada do 4º andar pelo esposo, na cidade paranaense de Guarapuava. Agora outra mulher - Carla Graziele Rodrigues Zandoná, de 37 anos- que foi jogada pela janela do 3º andar do prédio onde morava, em Brasília. Os dois maridos estão presos, o que já demonstra indícios de culpa pela ação. Uma nova forma de feminicídio, não através de armas ou objetos perfuro-cortantes, mas do empurrão premeditado das alturas até o chão, levando à morte. Como visto, o modus operandi da violência contra a mulher agora é outro, arremessando-a das alturas em busca de qualquer álibi inaceitável. Praticam a maldade, arremessam pelo odioso instinto, e depois ainda querem dizer que elas despencaram ao acaso ou que tencionaram o suicídio. Que conversa mais deslavada, mais sem pé nem cabeça. Apenas a violência pela violência, como se não bastassem as violências nos cômodos inferiores, nos quartos, nas cozinhas, nas salas e por todo lugar. Nenhuma mulher merece destino assim, nenhuma mulher merece voar assim, caindo das alturas em desespero. Mulher deve ser pássaro que voa e não pássaro que cai.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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