*Rangel Alves da Costa
Mas que absurdo, que noticiário que se repete
de forma mais aterrorizante. Em poucos dias - e talvez fato que se repita todos
os dias - os jornais noticiando que esposos foram presos acusados de terem
jogado suas esposas de prédios. Aconteceu com a advogada Tatiane Spitzner, de
29 anos, supostamente jogada da sacada do 4º andar pelo esposo, na cidade
paranaense de Guarapuava. Agora outra mulher - Carla Graziele Rodrigues
Zandoná, de 37 anos- que foi jogada pela janela do 3º andar do prédio onde
morava, em Brasília. Os dois maridos estão presos, o que já demonstra indícios
de culpa pela ação. Uma nova forma de feminicídio, não através de armas ou
objetos perfuro-cortantes, mas do empurrão premeditado das alturas até o chão,
levando à morte. Como visto, o modus
operandi da violência contra a mulher agora é outro, arremessando-a das
alturas em busca de qualquer álibi inaceitável. Praticam a maldade, arremessam
pelo odioso instinto, e depois ainda querem dizer que elas despencaram ao acaso
ou que tencionaram o suicídio. Que conversa mais deslavada, mais sem pé nem
cabeça. Apenas a violência pela violência, como se não bastassem as violências
nos cômodos inferiores, nos quartos, nas cozinhas, nas salas e por todo lugar.
Nenhuma mulher merece destino assim, nenhuma mulher merece voar assim, caindo
das alturas em desespero. Mulher deve ser pássaro que voa e não pássaro que
cai.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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