*Rangel Alves da Costa
A realidade é real demais, como diria o outro.
E não há fuga. Ou o indivíduo enfrenta o bicho ou o bicho lhe come, esfacela,
dizima. No mundo real, a dor é a dor, o sofrimento é o sofrimento, a angústia é
a angústia, o luto é o luto, a morte é a morte, a solidão é a solidão. Não há
escapatória. Tudo simplesmente é. Por isso mesmo que somos um nada diante tudo
isso. Por isso mesmo que somos vítimas fáceis desse mundo tão arrogantemente
real. Quem dera, então, e viver e ter na vida outras opções de existência? Quem
dera ter asas para voar, quem dera entrar no sonho e vivenciar seus idílios,
quem dera ter o que vier na imaginação e desfrutar de frutos adocicados em
plena dureza da pedra. Precisamos, pois, viver como se num realismo fantástico.
O dinheiro não teria nenhuma serventia senão para fazer bolinha e brincar de
arremessar. Se uma nuvem passasse toda bonita, com jeito de apetitosa, era só
levantar a mão e pegar um pedaço. E a morte apenas um descanso, um sono mais
duradouro para, ao acordar, a própria pessoa escolher em continuar dormindo ou
levantar para reparar os erros cometidos.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário