*Rangel Alves da Costa
É noite e tem gente chorando essa hora. E não
é pouca não, muita gente está chorando essa hora e dentro do quarto, atrás da
janela, por cima da cama, debaixo dos cobertores, envolta em travesseiro,
mirando a escuridão, avistando a lua, relendo escritos, perante fotografias,
ouvindo antigas canções, recordando abraços e beijos agora ausentes. Noite,
noite, véu que desperta angústias e aflições. Noite, noite, fizeste aflorar a
nostalgia e nos velhos retratos trouxeste apenas a dor da saudade e da
desilusão. E se é noite e chove lá fora, então os pingos de lá fora são
juntados aos prantos incessantes e então surgem os temporais transbordando
tudo. Amores desfeitos, adeuses sem volta, portas fechadas, destinos incertos,
solidões. E uma angústia sem fim. E uma aflição sem fim. Os olhos transbordam, o
peito se derrama em dor. E vai madrugada adentro sem que o soluço cesse. Nada
cessa uma saudade de amor.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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