*Rangel Alves da Costa
Ontem eu amanheci sem pressa alguma. Aliás,
muito diferente do que geralmente ocorre, onde as correrias do dia a dia acabam
transformando a vida num trem se trilhos abertos. Mas ontem foi diferente, pois
a única pressa que tive foi de abrir a porta para sair por aí, para caminhar,
para trilhar veredas e caminhos pelos arredores e mais adiante. Calmo e
lentamente, então segui além da cidade. Fui andando, andando, andando. Simplesmente
assim, na leveza de brisa. E pela estrada mirando o mato, olhando os bichos,
avistando cada pequena coisa em seu devido lugar. A pedra, o calango, a
macambira, o xiquexique, o mandacaru, a vereda aberta, o ninho do passarinho, a
casinha de beiral de estrada, os sons e as cores. De vez em quando, em cima de
uma pedra maior, uma parada para uma reflexão mais apurada, para uma meditação
mais aprofundada. E de repente dialogando com o silêncio, conversando com a
pedra, os bichos, com os seres e as coisas da natureza. Depois, não sei que era
hora depois, enfim retornei. E voando, voando, voando. Sim, numa paz tão
profunda que eu parecia voar.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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