*Rangel Alves da Costa
Creio que devidamente justificado o título
escolhido para este texto: Política e Políticos, nada e a mesma coisa. O que a
política tem oferecido que mereça qualquer paixão? O que os políticos fazem que
mereçam qualquer respeito?
A verdade é que de uns tempos pra cá tudo
desandou de vez. Se políticos e política nunca tiveram um consenso social de
aceitação, os caminhos percorridos foram dar exatamente em esgotos, lamaçais e
antros putrefatos e corrompidos.
No passado, algumas lideranças políticas até
que conseguiam corresponder aos anseios de seus eleitores e de parte da demais
população. Mesmo em meio à política, eram homens com palavras, compromissos (e
não promessas), atuantes muito mais por vocação do que por interesses.
Mas agora ficou difícil demais de separar o
joio do trigo. A política se transformou num negócio, num comércio de bravatas,
corrupções e ilicitudes, de espertezas e falcatruas. Só uma pergunta: qual
interesse possui um candidato que gasta muito acima daquele valor que irá
receber acaso seja vitorioso?
Mais uma pergunta: Logicamente que não sendo
pelo salário (vez que a soma não chega nem perto do que foi gastado), de onde o
político eleito vai tirar tudo o que gastou? Ou será que ele se contenta com o
prejuízo pelo simples amor ao cargo e à população?
Não vou me alongar em respostas. Todo mundo
sabe como tudo funciona. A cegueira é que permite que tudo descaradamente
aconteça. A mesma cegueira favorecendo que novamente candidatos batam à porta
com abraços, sorrisos, mãos estendidas e aquelas conversinhas de sempre. Por
que não batem a porta nas fuças desses safados?
Não batem - ou nem todos batem - pelo simples
fato da aceitação da população. O povo, ou o eleitor mais de perto, é o
principal responsável pela proliferação desses imprestáveis, dessas ervas
daninhas. No dia que o povo quiser dar a devida resposta, duvido que eles
continuem fazendo a todos de palhaços.
O mais revoltante (ao menos para mim) é que
além de ser passiva, omissa, indiferente, conivente em demasia, grande parte da
população ainda se torna apaixonada por esses larápios espertalhões. E uma paixão
tamanha que falar mal de seu candidato causa mais fúria do que se fosse com o
pai ou a mãe.
Desculpem pelas palavras (ora, tem coisas que
a gente não suporta mesmo, fica em tempo de azedar), mas a verdade é que tudo acontece
e continua acontecendo por culpa do povo e mais ainda do eleitor. A cegueira
política, o esquecimento, a bajulação e acovardamento, não são doenças não. É
tudo safadeza mesmo!
Digam, por favor, qual o bem que a política
está fazendo? Digam, por favor, qual a honradez de um candidato já conhecido
pelas manchetes e que de repente surge como um santinho à porta de sua casa?
Mas o pior é que ao invés de dizer não, grande parte não só aplaude como se
apaixona.
As paixões políticas e os puxa-saquismos são
modismos rotineiros no facebook e em todas as redes sociais. Muita gente já
tinha morrido se uma arma apontada do facebook pudesse atirar. Ninguém pode
dizer a verdade sobre este ou aquele candidato que a esculhambação começa, a
arma é apontada e tudo o mais.
Muita gente defende mais candidatos e eleitos
do que a si mesmo. Parecem viver pela beirada dos outros do que pelo próprio
esforço, como se da política pudesse ter algum futuro. Depois toma um chute na
bunda e bate a cara no chão. Bem feito!
Quem quiser votar que vote, quem quiser se
apaixonar que se apaixone, quem quiser bajular que coloque até chantilly. Eu
não. Por mim todos se lascam. Tá dito.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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