*Rangel Alves da Costa
O São João passou mas não o gosto pela
canjica. No período junino, especialmente perfumado com comidas de milho e
coco, fartei-me das delícias da pamonha, do bolo de milho, da canjica, do
mugunzá. Tudo de milho e coco, uma verdadeira paixão. Mas neste sábado bateu
uma saudade danada e cismei de preparar uma panelada de canjica. E estando no
sertão tudo fica mais fácil, desde o leite de gado fresquinho ao milho verde.
Então me coloquei em ação. Encomendei cocos ralados, ao amanhecer gritei pelo
leiteiro que vende de porta em porta, saí atrás de milho e, para surpresa, uma
boa vizinha ofertou-me como mais de vinte espigas. Não faltava mais nada,
apenas preparar e acrescentar o açúcar, a pitada de sal, a canela e outros
pequenos ingredientes. Deu um trabalho danado bater o milho misturado ao leite
no liquidificador, depois peneirar e misturar ao leite de coco já açucarado.
Mas depois foi só mexer – continuamente, com colher de pau, para não a textura
do mingau – e esperar ferver. Quando bolhas começam a surgir por cima é porque
a comida já está pronta. Foi assim que preparei a canjica e ainda hoje saboreio
com o maior gosto do mundo. E da próxima vez, talvez no sábado, já será um
arroz-doce ou mungunzá. E sem medo de coisa boa.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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