*Rangel Alves da Costa
De repente a escuridão, a porta fechada, a
janela fechada, sem fresta de lua, sem fresta de nada, sem mão que encontre o
interruptor para acender a luz. Talvez o medo, talvez o espanto, talvez a
dúvida, talvez o assombro, talvez o grito, talvez a síndrome. Tudo fácil quando
se está sob o clarão do sol, sob a lua do dia, sob a luminosidade da lâmpada,
soba a chama da lamparina ou do candeeiro. Mas o que fazer no instante em nada
disso há mais. Tudo escuro, tudo na escuridão, tudo no breu. Os olhos não
avistam nada, os passos não sabem onde seguir, as mãos nãos sabem onde tocar, a
incerteza em tudo. Tudo começa a ficar difícil, diferente, ameaçador. Um local
tão conhecido em instantes de luz, mas de repente tudo parecendo um abismo
aterrador. Recorda que havia uma janela, que havia uma porta, que havia um
interruptor e uma lâmpada perto do telhado. Era só acender a luz e pronto. Mas
agora, o que fazer quando nada pode ser feito e resta somente a escuridão? Eis
a grande lição: o homem nunca está preparado para enfrentar a repentina
escuridão. Acostumado com a luz, ele sempre imagina que na sua segurança vai
sempre estar. E então terá que aprender a enxergar na escuridão para encontrar
saídas, para reencontrar a luz.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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