*Rangel Alves da Costa
Ao invés de canções nativas embaladas por
rios de vinho, os bárbaros bradaram fúrias enquanto se preparavam para invadir
impérios e derrubar reis e castelos. Ao invés de saquearem templos e cidadelas
desprotegidas, as hordas rumaram em direção aos reinados até então imbatíveis.
As tiranias deveriam cair, os escravismos deveriam sucumbir, as atrocidades
deveriam cessar, ainda que por mãos brutais e sanguinárias. Caiu a primeira
cabeça, rolou a segunda cabeça. O primeiro castelo foi despedaçado, a segunda fortaleza
foi aniquilada. Pelo ódio e o ensandecimento, até pessoas inocentes tiveram
suas cabeças cortadas. Mas apenas uma vingança pelas cabeças cortadas de sua
gente ou de civilizações inteiras. Das bandeiras e dos selos, dos brasões e dos
escudos, das armas e das cavalarias, das fortalezas inexpugnáveis e das lanças
sempre levantadas, restaram apenas os escombros. Os bárbaros não souberam
reinar sobre os reinos que destruíram, mas tão somente vingar na lança as
arrogâncias do poder. Ainda assim fizeram muito. Derrubaram ditaduras,
tiranias, reinos cruéis. E o mundo nunca mais foi o mesmo depois disso.
Proclamou-se a liberdade, a liberdade. Mas qual liberdade? Que os bárbaros,
mongóis e vikings, novamente avancem sobre os impérios modernos e seus
governantes. Precisamos ao menos de um sonho de liberdade, liberdade...
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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