*Rangel Alves da Costa
Como sempre faço, ontem saí da capital em
direção ao sertão sergipano. O município sertanejo de Poço Redondo é sempre o
meu destino, pois terra onde nasci e onde mantenho laços familiares, de amizade
e outros interesses. Pois bem. Dessa vez de ônibus, saí de Aracaju às cinco da
tarde para uma viagem que deveria durar cerca de quatro horas e que acabou se
estendendo para mais de cinco, quase cinco e meia. Fim de semana, o ônibus
cheio, para e mais para por todo lugar, num sobe e desce danado, ainda por cima
o ônibus estourou um dos pneus bem no meio do tempo, na frienta escuridão. Com
o pneu furado, sem reserva, logo pediram para que todos descessem do veículo. Todos
desceram imaginando que haveria uma rápida troca de pneu e que logo seguiriam
viagem. Mas não. Em seguida foi anunciado que teríamos de esperar outro ônibus,
pois a troca do pneu só poderia ser feita em borracharia ou através de
borracheiro que até ali se dirigisse. Então começou o martírio. Na beira da
estrada, na escuridão, um frio de estremecer todo o corpo, e mais de vinte
pessoas sem perspectiva de nada. Somente uma hora depois chegou outro veículo
de linha, também já entupido de passageiros, mas que teve de acomodar todo
mundo e seguir em frente. E assim, uma viagem que teria fim pouco antes das
nove horas da noite, somente depois das dez chegou ao seu término. E numa
aventura para jamais ser esquecida e principalmente evitada. Agora fico
imaginando se estivesse chovendo muito naquela beira de estrada deserta e de
completa escuridão.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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