A morte da rosa
Rosa envenenada não
mas já vi girassol doente
lírio querendo colírio
crisântemo chorando
margarida suicida
begônia arrependida
copo de leite ressacado
chuva de prata gripada
violeta na sarjeta
açucena solitária
cravo injuriado
gardênia enciumada
narciso vaidoso
sempre-viva morrendo
tulipa embriagada
e até um jardim inteiro
expulsando o jardineiro
mas nunca vi rosa envenenada
e dói-me a verdade sincera
em saber de sua morte
na véspera da primavera.
Coitada da rosa
tanto amor em verso e prosa
brigou com o sereno
e tomou veneno.
Rangel Alves da Costa
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