Poema depois do beijo
Rasantes de passaredos voejando
ou escuna mar adentro singrando
ventania e brisa nos cabelos teus
ou mãos de fé implorando a Deus
a saudade no peito que inflama
ou o triste abandono de quem ama
tudo isso foi poema de um dia
quando escrevia para ter alegria
quando nem sonhava com tanto lampejo
nesse poema que chega depois do beijo
Depois de ontem
depois do primeiro beijo
não procuro mais o caderno
do voo, da tristeza e da saudade
nem sei mais escrever
nada que seja vermelho ou negro
não sou mais poeta
sou amante
não sou amante
sou feliz
feliz
porque te beijei
e senti na boca um poema
não vou mais escrever
só beijar poesia
somente ter poesia
no beijo
no beijo
em você.
Rangel Alves da Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário