Vento
de ventania
Um dia a paz e o silêncio no jardim
um dia a manhã de colheita de flores
um dia a canção do apito do trem
um dia de folhas esvoaçadas pelo ar
e o romantismo na noite enluarada
e nas janelas abertas para os reencontros
mas de repente nunca mais esse dia
e apenas o açoite do vento de ventania
tudo parte em sedento redemoinho
tudo se espalha e se desfaz no sopro
tudo espantando a ternura do sentimento
tudo se distanciando do olhar lacrimoso
ficando a memória de cruel nostalgia
de tudo levado pelo vento de ventania
de tudo que era vida e que era alegria
e tudo levado nas asas da voraz ventania.
Rangel Alves da Costa
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