Cálice da noite
Não é o que quero
na noite
uma paisagem
escurecida
com uma vela
sobre a mesa
para iluminar a
taça de vinho
as velhas cartas
e fotografias
e lenço molhado
de angústia
não é o que quero
na manhã
copos revirados
de solidão
cartas e
lembranças rasgadas
poemas gritando
saudade
e eu sem força
para acordar
meus restos
jogados ao chão
não é o que quero
na vida
nem na noite nem
à luz do dia
mas é o que tenho
de vida
motivos de
aflição e de agonia
uma porta sem ter
mais saída
um cálice de
mortal nostalgia.
Rangel Alves da
Costa
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