Rangel Alves da Costa*
O governo
Dilma, mesmo já morto desde muito, já espalhando um insuportável mal cheiro,
ainda assim insiste em se manter sendo velado. Bastaria colocar máscaras e
segurar nas alças do caixão e sepultá-lo no cemitério das lamentações petistas
e tudo já estaria terminado. Mas é um cadáver teimoso demais. E tão indigesto
que talvez nem o lamaçal corrompido suporte seus putrefatos restos. Toda vez
que se preparam para limpar o recinto da podridão, eis que chega um dizendo que
viu o morto se remexendo, revirando os olhos ou balançando o dedão do pé. Tem
até gente jurando ter ouvido, do próprio morto, que só sai do velatório se lhe
for assegurado exílio eterno num país socialista europeu. Não aceita outro
lugar, como Cuba, Bolívia ou Venezuela, afirmando que nenhum destes dá certo
nem para os mortos. Já outro insiste em afirmar ter presenciado o defunto
agonizando e dizendo “não companheiro, não deixe que me enterrem companheiro”.
O problema é que aos poucos o defunto vai ficando cada vez mais solitário.
Aqueles que se comprometeram a dar um sepultamento justo e dignificante, já
começaram a debandar. Até mesmo quem vivia das benesses do morto já caiu fora.
Na verdade, só resta um que ainda se diz fiel ao defunto. Mas este não vê saída
senão também se despedir da vida política e de todas as vidas que possa ter uma
raposa que se transformou em cascavel e acabou mordendo o próprio rabo.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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