Rangel Alves da Costa*
Os tempos
são outros, são totalmente diferentes. Não há mais a caminhada temerosa nem o
canto velado por medo das botinas dos generais, pois a democracia (ao menos no
livre direito de manifestação) permite que o povo tome as ruas manifestando
suas insatisfações e indignações. Neste domingo, dia 13, não está sendo
diferente. O domingo amanheceu desfraldando a bandeira, ensaiando o grito,
ávido para tomar as ruas, avenidas e praças, e em multidão expressar sua fúria
cidadã ante tantos fatos e situações que entristecem a nação: governo
desgovernado, lamaçal espargindo por todo lugar, o surgimento cada vez maior de
provas que o país inteiro estava sendo aviltado, roubado e achincalhado, por
uma corja de ladrões e corruptos. Não é certo que as manifestações deste
domingo contra a governante e toda esfera política produzam os efeitos
desejados, com demonstração de que o povo não suporta mais ser vitimado pelos
erros políticos que assolam o país e que é preciso a deposição da mandatária
para que o Brasil volte a respirar esperança. Como noutras vezes, todo o
fogaréu pode acabar em cinzas que pelo vento serão levadas, mas ainda assim
servirá para mostrar aos endeusados no poder que o povo não se ajoelha à
submissão nem se escraviza com a imposição da desordem. Será preciso, sim,
tonar as ruas, todas as ruas, por todos os lugares, e fazer ecoar sem medo a
velha canção que ainda não silenciou no tempo: “Vem, vamos embora, que esperar
não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer...”.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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