SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



domingo, 13 de março de 2016

Palavra Solta - “Vem, vamos embora, que esperar não é saber...”


Rangel Alves da Costa*


Os tempos são outros, são totalmente diferentes. Não há mais a caminhada temerosa nem o canto velado por medo das botinas dos generais, pois a democracia (ao menos no livre direito de manifestação) permite que o povo tome as ruas manifestando suas insatisfações e indignações. Neste domingo, dia 13, não está sendo diferente. O domingo amanheceu desfraldando a bandeira, ensaiando o grito, ávido para tomar as ruas, avenidas e praças, e em multidão expressar sua fúria cidadã ante tantos fatos e situações que entristecem a nação: governo desgovernado, lamaçal espargindo por todo lugar, o surgimento cada vez maior de provas que o país inteiro estava sendo aviltado, roubado e achincalhado, por uma corja de ladrões e corruptos. Não é certo que as manifestações deste domingo contra a governante e toda esfera política produzam os efeitos desejados, com demonstração de que o povo não suporta mais ser vitimado pelos erros políticos que assolam o país e que é preciso a deposição da mandatária para que o Brasil volte a respirar esperança. Como noutras vezes, todo o fogaréu pode acabar em cinzas que pelo vento serão levadas, mas ainda assim servirá para mostrar aos endeusados no poder que o povo não se ajoelha à submissão nem se escraviza com a imposição da desordem. Será preciso, sim, tonar as ruas, todas as ruas, por todos os lugares, e fazer ecoar sem medo a velha canção que ainda não silenciou no tempo: “Vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer...”.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

Nenhum comentário: