Rangel Alves da Costa*
Certamente
que a Folha de São Paulo é o jornal mais lido do país, um dos mais acreditados
e com reconhecido profissionalismo. Contudo, também comete erros. E erros
graves, inconcebíveis para um veículo de tal porte e credibilidade. E dois
desses erros aconteceram no último domingo e nesta segunda-feira. A Folha afirmou,
confiando nos seus mecanismos metodológicos de contagem de público, que aquela
multidão que tomou conta das ruas de São Paulo somava 500 mil pessoas. Que
contagem mais estranha. Ora, se a própria polícia, que sempre faz a contagem em
número bem inferior ao público real, afirmou ser de 1 milhão e 400 mil pessoas,
há de se reconhecer uma distorção muito grande com os números oferecidos pela
Folha. A distorção aumenta ainda mais se houver consideração do número de
público afirmado pelos organizadores da manifestação: 4 milhões. Observa-se,
então que, no mínimo, a Folha abocanhou 1 milhão de pessoas. E que, se diga de
passagem, é contingente tão imenso que não pode deixar de ser avistado ou
somado. A quem interessa um erro tão grande assim? Já ontem, o jornal estampou
que mesmo o público sendo maior a maioria ainda era elitizada. Mas que absurdo.
Os metrôs e os ônibus não suportaram atender tanto fluxo de gente chegando de
tanto lugar. A burguesia certamente não chegou ali de ônibus e metrô e vinda de
periferias distantes. Diante de tais incoerências, chega-se a uma conclusão: o
que a Folha quis dizer foi que entre os 4 milhões de manifestantes, 500 mil
eram da elite. Só pode ter sido assim. Do contrário, peçam desculpas e fechem o
jornal.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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