Rangel Alves da Costa*
Há solidão que não é sozinha, tudo mundo sabe.
Solidão existe suportada entre pessoas, em lugares tomados de vozes e caras, em
meio às multidões. Nada disso é solidão de verdade. O termo já implica em estar
só, sozinho, recluso, distante de tudo. O único problema é saber o alcance de
estar distante de tudo. E assim porque há a pessoa solitária, ambientações,
coisas, etc. Creio que é fácil de resolver tal questão. E assim a solidão
sozinha seria aquela onde a pessoa se distancia até mesmo de si, e muito mais
do vazio silencioso que está ao redor. Desse modo, a verdadeira solidão, aquela
que é suportada sozinha, abdica da própria pessoa para com nada compartilhar, a
não ser com a tênue miragem de uma saudade, de uma angústia ou de um
sofrimento, que apenas sopra no pensamento. Nada mais que isso. Uma solidão
onde a pessoa pareça flutuar, onde pareça não ser parte daquele lugar, onde
pareça não existir perante a realidade ao redor. Sequer sente a lágrima, a dor
ou o sofrimento. Também não sente a solidão, apenas transita no seu estágio.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário