Rangel Alves da Costa*
A pátria
amada Brasil parece esquecida na letra do hino. Por imposição política,
partidária e governamental, agora é pátria desamada. Não só desamada pelos
mandantes da nação, como por estes mesmos aviltada, achincalhada, corrompida,
enlameada. Desde muito que não se ouve uma notícia boa, alvissareira sobre o país.
Desde muito que uma grande obra não é construída. Desde muito que o orgulho de
brasileiro foi sendo negado pelos constantes aviltamentos. Em todo jornal
impresso, em todo jornal radiofônico ou televisivo, pela boca do povo, somente
a manchete de um país em ladeira abaixo, sem saída, sem salvação. Sobe o dólar,
aumenta a inflação, o desemprego aumenta, não há nenhum tipo de investimento, o
caos na saúde e na segurança, o vexame na educação e em setores essenciais,
tudo revirado, tudo desandado. As projeções futuras são as piores possíveis, os
superfaturamentos são alarmantes em obras que foram construídas pela metade.
Corrupção, lamaçal, ladroice, roubalheira sem fim. Todo dia surge um fato novo
e muito mais espantoso. Um Brasil de pessoas inteligentes, mas de verdadeiros
doutores na arte do desvio, da fraude, da improbidade, da safadeza. Com muito
tempo de atraso, somente agora se chega à idade das trevas. E pelo jeito nem a
luz do sol para iluminar o que resta de um país que outrora foi gigante e promissor,
mas que se deitou em berço esplêndido e sequer percebeu o quando foi sendo
roubado e diminuído. Resta somente esperar que tudo entre em combustão para,
quem sabe, renascer das cinzas. Assim a pátria ferida, aviltada, dilapidada.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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