*Rangel Alves da Costa
Cheguei ontem à noite ao sertão sergipano,
mais precisamente a Poço Redondo, meu berço de nascimento. Já depois das dez da
noite, então resolvi não dar voltas pela cidade já violenta demais para uma pacata
povoação
sertaneja. Resolvi escrever e assim fiquei até meia-noite, quando ouvi fogos e
um badalar de sinos exatamente após o ponteiro da mudança de dia. Após a meia-noite,
pois, fogos e sinos começaram a ribombar e a dobrar pelos espaços, para susto
dos bichanos em furor nos telhados. O que será, indaguei. Ora, mesmo sendo
interiorano não recordava de algo assim. Mas logo minhas dúvidas foram dissipadas
quando cantos e orações ecoaram da Igreja Matriz, logo adiante. Era o início da
vigília em louvor a Nossa Senhora Aparecida do Sertão, que começou à meia-noite
e que vai se estender durante todo o dia. Deitei ouvindo as palavras do padre,
porém muito mais as vozes das fiéis, das devotas e das beatas, todas no
propósito único de louvar as graças das bênçãos de Nossa Senhora, que dentre
tantas denominações possui a de Aparecida. Aparecida na fé do povo interiorano,
e
devotada como mãe maior e protetora desse mundo sertanejo de tantas desvalias e
sofrimentos.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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