SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Oi de casa! (Poesia)


Oi de casa!


Deixo-me entrar na sua casa
prometo não ir além da varanda
deixe-me sentar num banquinho
promete não lhe incomodar
deixe-me beber um copo d’água
prometo não pedir naco de pão
deixe-me adormecer um tiquinho
prometo que não vou demorar
deixe-me apenas repousar
prometo partir logo em seguida
deixe-me derrear o embornal
prometo que nada há de ruim
deixe-me ficar em silêncio
prometo a mudez e a quietude
deixe-me entristecer talvez
deixe-me a lágrima derramar
deixe-me assim tão estranho
e sem poder bem alto perguntar:

“não mais recorda de mim, minha mãe
não mais recorda do teu filho partido
nesse mundo de tristeza e sofrimento
e volta à casa em busca de uma abraço
tô com sede e com fome minha mãe
e preciso tanto repousar no teu colo!”.

Rangel Alves da Costa

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