*Rangel Alves da Costa
Ontem mesmo, caminhando ao sol poente do
entardecer pelas ruas e esquinas de uma cidade nua, eis que me vi indagando se
o outro eu não seria mais feliz que o eu que se apresenta pelas estradas e
caminhos. Mas qual o outro eu que conseguiria ser diferente desse eu de agora?
Antes de responder, há que esclarecer que na maioria das partes há um eu que
vive ocultado em nome do convívio do outro eu. Significa dizer que a vontade de
agradar ou de sua coerente com o mundinho lá fora, as pessoas apenas apresentam
o que esse mundinho deseja ter. E não é nada de bom, pois tudo em meio a
falsidades, a fofocas, a egoísmos, a orgulhos, a misérias humanas. Contudo, a
pessoa entra no jogo apenas para que aquele eu possa participar dessa
lamentável realidade. E foi no sentido de mudar isso que o meu outro eu me fez
enrubescer de envergonhamento. Ora, silenciosamente o meu outro eu me disse que
não preciso fingir apara agradar nem o mundo nem a ninguém. Se quero a
felicidade, basta que procure contentar o meu eu que sofre pelo outro eu que
tão mundano existe. E esse eu oculto levanta a voz e me diz: Se gostar da
solidão, que procure viver sua solidão. Se gosta de instantes e dias de
meditação e reflexão, que procure o cume dessa montanha tão preciosa. Se não
gostar de dialogar coisas banais com pessoas banais, que silencie sua voz. E
assim será, enfim, feliz.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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