Cangaceiros
Quem colocou a
canga no outro
ainda chicoteou e
esqueceu de tirar
depois ferrou com
a ponta em brasa
e cuspiu no rosto
querendo humilhar
mas o escravo um
dia se levantou
com a força
sertaneja que encontrou
retrucou o cuspe
na cara de seu algoz
e para enfrentar
a injustiça se preparou
se os donos do
mundo têm o poder
só resta ao
sertanejo mostrar a valentia
e valente
enfrentar o mando injusto
e passar a viver
o mundo da rebeldia
rebeldia logo
tida como fora da lei
pois com punhais
e seus mosquetões
tendo as
caatingas como sua estrada
e zunindo balas e
retinindo em clarões
mesmo sem a canga
são os cangaceiros
na defesa e no
ataque perante volantes
um sertão valente
num sertão sangrento
mas já sem a
submissão que se via antes
debaixo do sol e
da lua a vida sofrida
mas na alma a
certeza da justiça da luta
a bala na bala e
o sangue no sangue
vitória
impossível que jamais se desfruta
há um silêncio
medonho na noite
parece vaga-lume
mas não é vaga-lume
as mãos se
levantam em busca das armas
e tombam em rios
de sangue seu perfume.
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