*Rangel Alves da Costa
Acaso perguntem por onde os vermes rastejam,
não haveria melhor resposta do que dizer que rastejam nos ares. Sim, rastejam
pelos ares e não pelo chão, pelos assoalhos ou pelas imundícies rasteiras. E
rastejam pelos ares por que estão à presença do olhar, são sentidos nas
alturas, estão com aparências visíveis. E a cada verme avistado uma vontade sem
fim de dizimá-lo para sempre. Acaso estivesse ao chão seria mais fácil,
bastando pisar, esmagar, retorcer de tal modo que nada restaria da massa
putrefata e asquerosa. O problema é que os vermes não estão ao alcance das
solas dos sapatos. E como dar fim a um governante, a um parlamentar, a uma
autoridade, aos vermes que corroem nossas vidas? E como dizimar de vez todo mal
humano nascido de humanos tão desumanos? O pior é que eles continuam rastejando
livremente, todos peçonhentos, nojentos, nocivos, mortíferos até. Mas difícil acertar
esses vermes. Matá-los não seria ilicitude de jeito nenhum. Seria apenas
legítima defesa. Dizimar apenas aqueles que nos devoram a cada dia.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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