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sexta-feira, 13 de abril de 2018

Palavra Solta - as munições do Fogo da Maranduba



*Rangel Alves da Costa


Recentemente postei uma foto tendo cartucheiras sobre os ombros, num registro mais que histórico, pois não se tratavam de munições comuns, mas pertencentes ao Fogo da Maranduba, episódio cangaceiro dos mais destacados da história. Nas cartucheiras recentes, da coleção de Euzinho da Maranduba, apenas parte das munições que foram encontradas em sua propriedade. Muitas deflagradas e outras ainda intactas, as munições constituem-se em valiosas relíquias daquela terrível batalha de 32 e comumente conhecida como Fogo da Maranduba. Um sertão de vira-mundo. O espantoso de arrepiar. Terrível batalha, confronto devastador, mas onde Lampião, dividindo estrategicamente seu bando, conseguiu vencer as volantes comandadas por nada menos que dois titãs perseguidores do cangaço: o nazareno Mané Neto e o baiano Liberato de Carvalho. Dizem que as volantes ficaram tão atabalhoadas com as artimanhas de Virgulino Capitão que eles mesmos se atiravam pensando ter avistado as sombras cangaceiras. É cangaceiro, então atiravam. Mas era não. Era a sede de Lampião e a disputa entre os comandantes que fazia com que estes lançassem seus homens sem a devida precaução perante a astuta cangaceirada. Esta, a cabroeira dona do seu sertão, preá do mato e cobra de toca, conhecedora como ninguém do seu chão e de seus labirintos, recuava e atacava, atacava e recuava, enquanto os da volante, sem mais saber o que fazer ante a saraivada de balas, apenas perguntavam: QUE TIRO FOI ESSE?



Escritor
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