*Rangel Alves da Costa
Recentemente postei uma foto tendo
cartucheiras sobre os ombros, num registro mais que histórico, pois não se
tratavam de munições comuns, mas pertencentes ao Fogo da Maranduba, episódio
cangaceiro dos mais destacados da história. Nas cartucheiras recentes, da
coleção de Euzinho da Maranduba, apenas parte das munições que foram
encontradas em sua propriedade. Muitas deflagradas e outras ainda intactas, as
munições constituem-se em valiosas relíquias daquela terrível batalha de 32 e comumente
conhecida como Fogo da Maranduba. Um sertão de vira-mundo. O espantoso de
arrepiar. Terrível batalha, confronto devastador, mas onde Lampião, dividindo
estrategicamente seu bando, conseguiu vencer as volantes comandadas por nada
menos que dois titãs perseguidores do cangaço: o nazareno Mané Neto e o baiano
Liberato de Carvalho. Dizem que as volantes ficaram tão atabalhoadas com as
artimanhas de Virgulino Capitão que eles mesmos se atiravam pensando ter
avistado as sombras cangaceiras. É cangaceiro, então atiravam. Mas era não. Era
a sede de Lampião e a disputa entre os comandantes que fazia com que estes
lançassem seus homens sem a devida precaução perante a astuta cangaceirada.
Esta, a cabroeira dona do seu sertão, preá do mato e cobra de toca, conhecedora
como ninguém do seu chão e de seus labirintos, recuava e atacava, atacava e
recuava, enquanto os da volante, sem mais saber o que fazer ante a saraivada de
balas, apenas perguntavam: QUE TIRO FOI ESSE?
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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