*Rangel Alves da Costa
UM RIO - Em Curralinho, um rio que na
distância abriu caminho e nunca mais o sertão foi sozinho. Aqueles primeiros
desbravadores, singrando em chatas e vapores, aportaram em suas margens e das
novas terras foram seus condutores. Mais adiantes os lavradores, na foice os
seus labores, no leito os pescadores, das durezas seus domadores, dos sertões
seus servis e senhores. Em cada margem um curral, em cada cercado um rebanho
animal, até que a vereda aberta em meio ao matagal foi encontrando o sertão
onde o homem construiu seu pedestal. Tudo nascido do rio, das águas e do seu
desafio, na ribeira aportando a família e o senhorio. Assim foi conhecido o
sertão e toda cidade nasceu, pelo caminho das águas o desconhecido floresceu.
Hoje quem chega ao rio e olha adiante a beleza nem sabe a estranheza como tudo
aconteceu. Não sabe que a água foi estrada, que cada porto foi de arribada de
riqueza em tonelada, mas que agora é do nada, do nada que vem e que é levada. E
por isso a tristeza em frágua, remansando dor e mágoa na correnteza da água.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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