*Rangel Alves da Costa
“Oi o doce, oi o doce!...”, é o que sempre
ouço logo após o meio-dia quando estou no sertão. Todo santo dia, como se diz
por aqui, Erílio surge tendo à frente um carrinho de mão cheio de cocada por
cima. Cocada mole, dura, mais clara ou mais escura, à escolha e gosto do
freguês. Então ele grita “oi o doce, oi o doce!...” e as portas vão se abrindo
para dizer a medida do desejado. Pedaço de cocada por dois reais, copinho
pequeno de cocada mole por um real, copo maior por dois reais. Mas é vendida
também na quantidade desejada do freguês. Eu mesmo, como sou muito apreciador
de toda guloseima que contenha coco, só falto me acabar na dúvida de quanto
queira e do que queira. Três, quatro cocadas ou mais? Dois ou quatro copos de
cocada branca e mole? Logicamente que não como tudo na hora, mas aos poucos
cada copinho e cada pedaço vão sumindo da geladeira. E quando chega à manhã do
dia seguinte já não resta mais nada. Só esperar que Erílio desponte novamente
com seus doces e comece a gritar “oi o doce, oi o doce!...”.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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